O Porto, ao norte
Onde fiquei
Onde tantas e tantas vezes
Regressei
Atravessando pontes
Bem altas sobre as escarpas
Sobre o Douro prateado
Cruzado
Por cinco pontes de um só arco
De lado a lado, desenhado,
Firme, elegante, bem lançado
Dois de ferro rendilhado
Dois de cimento armado.
E ao fundo, o poente iluminado,
A Foz discreta sobre o Oceano
A Barra de travessia incerta
Lá dentro, o Porto
Sóbrio e granítico, esconde
Íntimos jardins românticos
Com bancos de pedra e lagos
Floridos com belas magnólias
Japoneiras com camélias
Flores efémeras, com pétalas
Tapetam os seus relvados.
No Porto, sóbrio e granítico
Onde fiquei
Com as belas magnólias
Me encantei.
Na certeza de que as pontes
Não apenas de regresso
Me dariam também acesso
A todo o Mundo!